segunda-feira, 30 de maio de 2011

Perfeição? Não, obrigada.


Pode ser bobagem minha, e fique à vontade para somar a isso uma pitada de implicância, mas é fato: Perfeição não me agrada. Pronto, falei. Admiro a perfeição naquilo que funciona despretensiosamente, como a natureza. Sou antiquada, por óbvio. Mas quando a pauta é “facilidades que a tecnologia proporciona”, mantenho um pezinho atrás.

Ter televisão a cabo é maravilhoso. Quando o serviço é bom, oferece uma opção de canal melhor do que a outra, programação cultural, filmes ao alcance de um botão – acho lindo. Mas não venha me falar em televisão inteligente, por favor. Essa história de gravar, pausar, voltar – virar do avesso – o filme ou a série, dispenso sem pestanejar. Se a ideia é assistir à TV, obedeço à grade de programação: Perco o último episódio da temporada se sair para jantar, entendo errado a fala do personagem por causa de um barulho, não consigo ler a legenda a tempo - me distraio e, puf, perco. Paciência, faz parte da coisa. O programa está sendo transmitido; quem sou eu para fazer ele parar? Quando eu quiser mandar na televisão, primeiro faço o aparelho de DVD engolir o disquinho goela abaixo. É, implico mesmo.

Celulares que pensam mais do que seus usuários também não me agradam muito, não. Claro que acesso à internet sem fio e câmera com boa resolução já salvaram a minha pele e a de muita gente, mas há um limite. Existem aplicativos para saber o número de calorias do almoço, para fazer check-in em cada canto em que botar os pés, para saber onde fica a loja de meias mais próxima. Misericórdia. Alguém ainda lembra-se de questionar sozinho ou com outras pessoas, em vez de com uma tela? Ah, como sou tolinha. É só publicar as dúvidas nas redes sociais, já que o plano de smartphone fornece conexão com Facebook e Twitter em tempo integral, oras. Os arroba-amigos responderão.


Sou chata. Acho tênis com molas para superabsorção de impacto, maquiagem adesiva, máquina que faz pão sozinha, retoque de fotografias no Photoshop, calça redutora de medidas, carro automático e as costelas a menos da Thalia um monte de besteiras, resultado de preguiça e vaidade. Essas modernidades que incluem automático e inteligente no nome me deixam desconfiada - apesar de ter tirado o chapéu para a chaleira elétrica, depois de muito resistir. Não consigo deixar de pensar que queremos cada vez menos trabalho para coisas simples e que pouco aceitamos o que não é perfeito ou absolutamente prático. Nasci com 100 anos, nota-se bem.


Sei não; estou com preguiça de pensar. Vou perguntar para o Google – ele sim deve saber.

3 comentários:

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